Homenagem de Tarcísio B. Celestino ao professor Richard E. Goodman

Homenagem de Tarcísio B. Celestino ao professor Richard E. Goodman

Com tristeza tomei conhecimento do falecimento do professor Richard E. Goodman. Dono de uma mente brilhante e instigante, ele aliava muito bem a exigência pelo rigor do conhecimento técnico e a amizade com seus colegas e alunos. Tive a grande satisfação de tê-lo como orientador de mestrado e doutorado, além de professor de Geologia de Engenharia e Mecânica das Rochas. Ele soube como poucos aliar conhecimentos de geologia (de sua formação básica) a aspectos avançados de modelos teóricos aplicados a maciços rochosos.

Foi assim que, ainda jovem, formulou o elemento junta, na efervescência do início de aplicações do método dos elementos finitos a problemas geotécnicos. Mais tarde soube decifrar a grande contribuição de um genial topólogo, Gen-hua Shi, trazendo a Teoria dos Blocos para a prática em Mecânica das Rochas. Amante da Natureza, organizava nas férias de verão com seus alunos memoráveis viagens de campo de Geologia de Engenharia pelo Oeste dos Estados Unidos.

Amante da música, Dick Goodman fundou sua própria companhia de ópera, onde também cantava. Tive a oportunidade assisti-lo em uma de suas apresentações de “As Bodas de Fígaro”. Uma vez, em Salzburgo, ao final de uma apresentação técnica no famoso Colóquio de Geomecânica, cantou um trecho de uma ópera de Mozart. Depois me disse orgulhoso: “Cantei Mozart em sua cidade natal”.

Em 1995 e 2005 foram organizados por seus alunos os chamados “Colóquio Goodman”, em comemoração a seus 70 e 80 anos. Almejei pela oportunidade do colóquio de seus 90 anos, que deveria ocorrer neste ano. Infelizmente o destino tomou outro rumo. Os colóquios foram eventos técnicos, com apresentações de trabalhos recentes de seus orientados de doutorado, mas principalmente, uma oportunidade ímpar de nos congraçarmos.

R.I.P.

Tarcísio B. Celestino