Entrevista com Raquel Ofrante Salles

Graduada em Engenharia Civil na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (2004), mestre em Engenharia Civil pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (2006) e doutora em Engenharia Civil/Geotecnia - pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013). Tem experiência na área de Engenharia Civil - Geotecnia, com ênfase na Durabilidade de Materiais Geotécnicos, através da realização de estudos de degradação acelerada para a avaliação da vida útil de materiais rochosos e de geossintéticos. Foi tesoureira do CBMR no biênio 2011/12. Desde 2011, atua como engenheira geotécnica no Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro – DRM/RJ. Atuou na área de risco geológico, integrando a equipe do Núcleo de Análise e Diagnóstico de Escorregamentos – NADE (2011-2015), e na área de meio ambiente, dando suporte técnico às empresas de mineração do Estado do Rio de Janeiro (2015-2017). A partir de 2017, vem atuando no setor de hidrogeologia, com foco na gestão da Política Estadual de Recursos Hídricos, através da cooperação técnica firmada entre o DRM-RJ e o INEA. 

1.    Por que a carreira em Mecânica de Rochas? Qual a principal motivação?

Desde o início da graduação, eu já tinha interesse na área de geotecnia, mas o meu primeiro contato com as rochas foi durante a iniciação científica (2001-2004), onde desenvolvi, juntamente com o meu orientador, o professor Paulo Maia, um estudo da alterabilidade de rochas ornamentais da Região Noroeste do Estado. No mestrado, segui a mesma linha de pesquisa, porém com geossintéticos, onde desenvolvi um equipamento de degradação acelerada em laboratório. Avaliar a durabilidade dos materiais é um assunto que sempre me instigou. Já havia pensado em fazer o doutorado na mesma linha de pesquisa, mas com um viés mais prático.  Então, na minha defesa do mestrado, conheci a professora Anna Laura L. Nunes, especialista na área de mecânica das rochas. E neste momento, tive a proposta de desenvolver a minha pesquisa de doutorado na área de alterabilidade e comportamento geomecânico do maciço rochoso do AHE Simplício. 

2.    Uma situação inusitada por que passou em sua carreira profissional?

Acho que a situação mais inusitada na minha carreira foi ter que alterar o tema do doutorado após o exame de qualificação, quando a empresa desistiu de ceder o material rochoso para o desenvolvimento da pesquisa. Foi um grande desafio encontrar outra área de estudo que se enquadrasse no tema proposto para a tese. Mas, no final deu tudo certo.

3.    Como decidiu entrar para a diretoria do CBMR? Quais os seus anseios na condução do comitê?

Foi uma grata surpresa ser convidada pelos professores Sérgio Fontoura e Paulo Maia, para participar da diretoria do CBMR, na função de tesoureira em 2011/12.  A proposta da diretoria era retomar a missão do CBMR, iniciando com a comemoração dos 30 anos do comitê. Aceitei o convite por achar que seria uma excelente experiência fazer parte de um grupo tão engajado na difusão da Mecânica das Rochas.  

4.    Deixe uma breve mensagem às demais mulheres geotécnicas/mecanicistas de rochas

Atuar na área de Mecânica das Rochas não é uma tarefa fácil, mas a cada desafio parece que o nosso “amor” pelo assunto aumenta. Então, se esse é o seu objetivo, não desista no primeiro obstáculo. Siga em frente!