Atual presidente do CBMR, é doutora em Engenharia Civil/Geotecnia pela PUC-Rio e trabalha do GTEP/PUC-Rio em projetos de pesquisa em geomecânica do petróleo. Formada em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Espírito Santo, fez mestrado em Engenharia Civil/Geotecnia e pós-graduação em Engenharia de Petróleo pela PUC-Rio. Atua há mais de 10 anos com geomecânica do petróleo, com ênfase em geomecânica de perfuração. Trabalha no GTEP/PUC-Rio em projetos de pesquisa e desenvolvimento de software em análise de estabilidade de poços e também em modelagem geológica geomecânica 3D para fins de perfuração. Desde 2011 participa da diretoria do CBMR, tendo trabalhado na organização de eventos e congressos nacionais e internacionais na área de mecânica das rochas.
1. Por que a carreira em Mecânica de Rochas? Qual a principal motivação?
Desde pequena gostava de geociências. Aquela curiosidade de criança por vulcões, dinossauros... lia tudo que encontrava a respeito. Ao mesmo tempo, tinha aptidão por exatas. No segundo grau cursei o curso técnico em Edificações e vi que a área de geotecnia me brilhava mais aos olhos, em especial devido à didática dedicada e descontraída da professora Carla Borjaile. Foi natural a escolha pelo curso de engenharia civil e pelo mestrado em geotecnia. Ao ingressar no mestrado, percebi que era possível juntar aquele fascínio de infância à pratica de engenharia. A mecânica das rochas era algo ainda pouco explorado na graduação e me despertou interesse imediato. Ela me proporcionou trabalhar em equipes multidisciplinares, mesclando engenharia e geociências para a solução de problemas práticos. Nesse contexto agradeço a confiança do professor Sergio Fontoura, que além da orientação no mestrado e doutorado, me convidou a fazer parte de seu grupo de pesquisa e a ingressar no CBMR.
2. Uma situação inusitada por que passou em sua carreira profissional, em especial algo relacionado ao fato de ser mulher.
Essa sem dúvida foi minha primeira experiência como recém-formada. Chegando ao canteiro de obras em que trabalharia, com apenas 22 anos de idade, vi o olhar desconfiado de encarregados e demais funcionários, como que pensassem: “Essa menina, que poderia ser minha filha, será minha chefe? Estamos perdidos!”. A primeira sensação foi de pânico, claro, mas fugir não era uma opção. Por fim esse trabalho foi uma experiência única, de muito aprendizado e confiança mútua, e me forjou como profissional. Poucos meses depois, antes de me mudar para o Rio de Janeiro para cursar o mestrado, esses funcionários e amigos me agraciaram com uma festa surpresa de despedida, este dia ficou marcado.
3. Como decidiu entrar para a diretoria do CBMR? Quais os seus anseios na condução do comitê?
Fui convidada pelo professor Sergio Fontoura para fazer parte da Chapa para a Gestão 2011-2012 do CBMR e participo da diretoria desde então. Quando entrei, queria contribuir para a condução do CBMR, ajudando a divulgar o conhecimento da Mecânica das Rochas em especial aos jovens, que assim como eu, saíam da graduação definindo a rocha como “o impenetrável”. Nesse sentido, participar da criação e organização do game Rockbowl, com tamanho apelo aos estudantes, foi uma experiência ímpar! Tive o prazer de trabalhar também na organização de diversos eventos na área, voltados não só ao público jovem, mas aos mecanicistas e engenheiros de rochas em geral, inclusive na comissão organizadora do Congresso Internacional de Mecânica das Rochas e Engenharia de Rochas em 2019, o ISRM 2019. Agora, como presidente, agradeço o excelente trabalho dos que me precederam e pretendo expandir ainda mais a troca de conhecimento de Mecânica das Rochas entre o comitê, empresas, estudantes e profissionais em geral.
4. Deixe uma breve mensagem às demais mulheres geotécnicas/mecanicistas de rochas
Não se deixem guiar por estereótipos. Apenas amem o que fazem e a qualidade técnica e o reconhecimento serão naturais. Contem com o CBMR que teremos sempre prazer em ajudar.